Rirei abertamente no
dia em que houver menos mentiras ( já que é impossível erradicá-las).
Rirei abertamente quando a hipocrisia for encarada de frente, e quando o superficial
não for tão relevante quanto tem sido. Rirei abertamente quando admitirmos que
somos vaidosos, que somos presunçosos e que somos praticantes da política do
custo-benefício.
Rirei abertamente quando
as amizades não forem mantidas por culpas e/ou cobranças, sim, muitas
amizades tem sido trazida por longos anos por receio de retaliações, ou por interesses externos, não pelo simples
fato de ter por perto um ser humano por mais imperfeito que ele seja. Darei
gargalhadas quando a sinceridade bater à porta, pois naquele dia muitas
companhias nos deixarão, e ao fazer isso, ficaremos mais livres e mais leves
para cuidar das pessoas que nos amam e amam em sinceridade.
Rirei mais ainda quando as pessoas que admiramos admitirem que
são limitadas, pois é o que são, apenas pessoas limitadas e as vejo sofrer por
tentarem passar uma imagem de super-humanos, sendo que, os olhos transmitem o
enfado dessa busca insana.
Um sorriso largo será visto em meu rosto no dia em que eu
ver amores sendo criados dentro dos padrões que se exige o amor. Pois tenho
visto pessoas falando que amam, e estão mentindo. Porque quando vamos amar nós
temos que abrir mão, e a primeira coisa que temos que abandonar é o orgulho
mesquinho, aquele que faz a gente se apegar a coisas ínfimas. Vejo pessoas
falando que estão dispostas a amar, mas se isso lhes custar um conforto, por
menor que seja, dizem 'até breve amor,estou muito bem aqui no meu cantinho de
ilusões'.
Como sorrir se no fundo a minha vontade é de falar a
verdade? No mundo em que vivemos não é admitido que essas duas substâncias
ocupem o mesmo recipiente, então a receita é falar mentiras e pintar um falso
sorriso, daqueles que são expostos em vitrines com a etiqueta do preço bem
embaixo, e o preço diz: Vale uma mentira!
Darei outro sorriso
quando as pessoas se desnudarem, falarem a verdade, ainda que venha a doer, que
se admitam pequenas, que saibam reconhecer a pequenez de outrem, quando nos importarmos verdadeiramente com a dor do outro sem que seja preciso que este tal assine uma
nota promissória, garantindo-lhe ajuda quando solicitado e assim quitar seu
‘’empréstimo’’.
Vejo as pessoas dizerem: _ “Não posso abrir mão de nada; nem
da minha razão, nem do meu conforto, nem das minhas promessas, afinal eu mereço
o melhor dessa terra”. Quando na verdade estão sendo mesquinhas e estão
perdendo a oportunidade de serem, MELHOR NESTA TERRA.
Minha esperança não morreu, nem morrerá, e sei que um dia
povos ouvirão minha gargalhada, quando for dado a notícia: "Algumas pessoas
acordaram do sono da mesmice e estão dispostas a mudar, não mudar o mundo, mas
mudar pro mundo''. Sim, neste dia darei meu LARGO SORRISO!!!
Texto: Samuel Gonçalves