quarta-feira, 19 de março de 2014

DECIDA MORRER

                    DECIDA MORRER

                            


  Hoje escrevo um texto sem precedentes. Não tomei por base nenhuma outra obra, não tive nenhuma inspiração externa. Esse texto foi construído a partir de muitas elucubrações e divagações sobre o tema proposto.
Então vamos ao texto.

  Você já decidiu morrer? Essa é pergunta que  faço agora, não estou falando no sentido figurado. Trago aqui essa indagação tratando da morte literal, a morte que finda a nossa efêmera vida, nosso sutil existir.
  Outra vez  pergunto, já decidiu que vai morrer? Ora, por que dessa pergunta tão inoportuna? Será mesmo inoportuna, ou apenas temos medo de falar sobre tal assunto? Dado aos questionamentos, vamos pensar sobre.
Como um mero observador da existência humana, chego ao tão relevante tema; 'DECIDIR MORRER'. O que tenho visto é, meros mortais agindo como imortais. 
  Só pra refrescar nossa memória vamos a dois eventos importantes de nossa existência, os dois extremos; o nascimento e a morte. Desses dois não há como escapar, mas insistimos em ignorar o segundo evento, tão digno de atenção quanto o primeiro.
  Vejo pessoas e pessoas correndo atrás de conquistas e mais conquistas, correndo uma corrida rumo ao infinito, e essa corrida é tão exaustiva e tão cheia de ilusões que nos tapa os olhos a ponto de não nos deixar pensar sobre o dia da nossa morte. O que dirão em nosso velório? O que temos construído pra que seja lembrado ao partirmos?
  Quando a morte chega trás com ela a incompreensão por parte dos parentes e amigos, os projetos tão importantes que tínhamos são interrompidos de forma abrupta, sem a mínima explicação, sem o mínimo pudor, simplesmente é findado e ponto. Mas por que não queremos admitir que a morte vem?   Continuamos a não dar importância para as ligações dos amigos, dos familiares, deixamos sempre pra depois a oportunidade de dizer, TE AMO, a quem quer que seja.
  Pensamos e/ou agimos como se sempre tivéssemos à disposição mais uma oportunidade de fazer companhia às pessoas que se importam conosco. Quando somos “imortais” logo vem a idéia de não precisar abdicar-se de nosso tão precioso tempo a fim de declarar nossa admiração, nosso respeito, nossa gratidão a quem nos inspira, a quem nos motiva a caminhar. O nosso tempo é sempre o principal motivo para as desculpas mil, justificando assim nossa ausência. Mas se morrermos amanhã? Ou pior, se perdemos quem amamos amanhã? O que ficará em nós além de arrependimentos e múltiplos lamentos? Decida hoje que vai morrer, assim quando a morte tornar-se eminente, você vai gastar um pouco mais de crédito pra ligar pra alguém que a tempos não liga, você vai abrir mão de alguma vaidade, que é só vaidade, em troca de uns bons momentos de conversa com amigos que tanto se importam com você.
Quando a morte chega ela não concede tempo para correções de atitudes falhas. Não permite sequer ir na casa da pessoa que mais amamos e  fazer aquela despedida. Acredite, se soubéssemos que nossa morte seria amanhã, essa noite passaríamos em claro, correndo atrás das pessoas e dizendo a elas que amamos...
Mais uma vez vos convido: DECIDA MORRER. Vá atrás de quem te magoou um dia e diga a ela que a ama, baixe a guarda, respire fundo, tiro o peso de seus ombros, peça perdão mesmo estando com a razão, afinal a paz vale mais que a razão. Diga que é limitado, pois é o que somos, se não for compreendido não se sinta mal, mas bem, pois você foi capaz de fazer o que a maioria nem se importa em fazer ( a não ser que saiba que está morrendo), o que é uma baita hipocrisia, só por que foi dada a sentença de morte é que o perdão faz sentido?
Nossa vida quer muito mais que vaidade, nossa vida vale mais que conquistas materiais, quando se conquista o respeito de alguém é como ter achado o mais raro Diamante, quando se tem a admiração de alguém é como ter um Rubi nas mãos. Valorize o que você não conquista por dinheiro, mas conquista com valores humanos.
Decida morrer, imagine a morte mais próxima da sua vida que seu carro novo, assim você descobrirá que o carro novo é nada ante a importância da vida, ou da morte. Queira ter pessoas ao seu lado enquanto tem vida, pois o caixão é terra de egoísta, cabe só um. Queira fazer as pessoas sorrirem, se alegrarem com sua presença, não busque amontoar grandes riquezas se a mesma não puder ser compartilhada com pessoas.
Decida morrer e mude os dias de vida que ainda te resta, afinal mesmo desejando ser imortal, o que de fato vai acontecer é, um dia, um dia a vida finda e só vai ficar lembranças e essas lembranças somos nós os responsáveis por impregnar na alma dos que nos rodeia.
O consumismo, o materialismo, o anseio por grandes conquistas tem nos segado, mas trago nesse simples texto um convite à reflexão. Não somos imortais, a morte vem e é melhor que vivamos nessa consciência e se necessário for, vamos recomeçar nosso modo de ver a vida, ainda há tempo. Temos que reparar os danos que causamos e sermos humilde a ponto de entender que na simplicidade de um, EU TE AMO, está escondido grandes tesouros. Uma ligação, uma visita inesperada, um abraço... São pilares de uma vida sã, que faz bem para ambos os lados. A mentira da imortalidade foi denunciada aqui, e fica o pedido, DECIDA MORRER e viva como se fosse amanhã o ultimo dia.
Conquiste respeito, invista em pessoas, plante semente de mansidão, dê exemplo de quem reconhece suas limitações e quando partires por certo o que dirão a teu respeito é muito mais importante que impérios deixados por conquistadores tiranos que de tão pobre, amontoaram para si apenas dinheiro.

POR: Samuel Gonçalves

sábado, 25 de janeiro de 2014

MEU LARGO SORRISO

                              MEU LARGO SORRISO.

Rirei  abertamente no dia em que houver menos mentiras ( já que é impossível erradicá-las).
Rirei abertamente quando a hipocrisia for  encarada de frente, e quando o superficial não for tão relevante quanto tem sido. Rirei abertamente quando admitirmos que somos vaidosos, que somos presunçosos e que somos praticantes da política do custo-benefício.
Rirei abertamente quando  as amizades não forem mantidas por culpas e/ou cobranças, sim, muitas amizades tem sido trazida por longos anos por receio de retaliações,  ou por interesses externos, não pelo simples fato de ter por perto um ser humano por mais imperfeito que ele seja. Darei gargalhadas quando a sinceridade bater à porta, pois naquele dia muitas companhias nos deixarão, e ao fazer isso, ficaremos mais livres e mais leves para cuidar das pessoas que nos amam e amam em sinceridade.
Rirei mais ainda quando as pessoas que admiramos admitirem que são limitadas, pois é o que são, apenas pessoas limitadas e as vejo sofrer por tentarem passar uma imagem de super-humanos, sendo que, os olhos transmitem o enfado dessa busca insana.
Um sorriso largo será visto em meu rosto no dia em que eu ver amores sendo criados dentro dos padrões que se exige o amor. Pois tenho visto pessoas falando que amam, e estão mentindo. Porque quando vamos amar nós temos que abrir mão, e a primeira coisa que temos que abandonar é o orgulho mesquinho, aquele que faz a gente se apegar a coisas ínfimas. Vejo pessoas falando que estão dispostas a amar, mas se isso lhes custar um conforto, por menor que seja, dizem 'até breve amor,estou muito bem aqui no meu cantinho de ilusões'.
Como sorrir se no fundo a minha vontade é de falar a verdade? No mundo em que vivemos não é admitido que essas duas substâncias ocupem o mesmo recipiente, então a receita é falar mentiras e pintar um falso sorriso, daqueles que são expostos em vitrines com a etiqueta do preço bem embaixo, e o preço diz: Vale uma mentira!
Darei  outro sorriso quando as pessoas se desnudarem, falarem a verdade, ainda que venha a doer, que se admitam pequenas, que saibam reconhecer a pequenez de outrem, quando nos importarmos verdadeiramente com a dor do outro sem que seja preciso que este tal assine uma nota promissória, garantindo-lhe ajuda quando solicitado e assim quitar seu ‘’empréstimo’’.
Vejo as pessoas dizerem: _ “Não posso abrir mão de nada; nem da minha razão, nem do meu conforto, nem das minhas promessas, afinal eu mereço o melhor dessa terra”. Quando na verdade estão sendo mesquinhas e estão perdendo a oportunidade de serem, MELHOR NESTA TERRA.
Minha esperança não morreu, nem morrerá, e sei que um dia povos ouvirão minha gargalhada, quando for dado a notícia: "Algumas pessoas acordaram do sono da mesmice e estão dispostas a mudar, não mudar o mundo, mas mudar pro mundo''. Sim, neste dia darei meu LARGO SORRISO!!!

Texto: Samuel Gonçalves

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Novos Tempos

Encurtar...
Buscamos por séculos à fio encurtar nossas distancias.
Encurtar o tempo da comunicação, encurtar o tempo que nos leva de um ponto a outro, encurtar o tempo para solver nossas lidas, enfim, encurtar tudo que nos separa do bem-estar.
 E encurtamos com a tecnologia da informação. Encurtamos com meios de transportes recheados de tecnologias.
Temos ricas ferramentas de comunicação que são capazes de reunir múltiplas pessoas de lugares distintos do globo em um mesmo ambiente no mesmo instante.
Temos meios de transportes que são capazes de desnudar o mundo e nos levar a lugares outrora intocáveis.
Queremos sempre o tempo recorde em nossa caderneta.
Gostamos muito de enfatizar nossas façanhas contra o tão implacável tempo.
Mas nesse ínterim, perdemos coisas que jamais se poderia perder  em detrimento de vaidades que são, só, vaidades.
Pois agora em um sonho mais que utópico, eu vos proponho que prolonguemos:
_Vamos prolongar o abraço, vamos prolongar o sorriso, vamos prolongar o tempo das conversas com os amigos ....
_Vamos prolongar o tempo em que estamos conhecendo os valores alheios, prolongar o tempo em que estamos transmitindo e/ou adquirindo conhecimento, prolongar a nossa disposição de fazer o bem, prolongar o interesse em aprender coisas que nos proporciona crescimento como pessoas meramente humanas que somos.
_Vamos fazer nossas gargalhadas soarem no infinito. Vamos correr riscos que compensam ser corridos, nada de pressa quando estamos vivendo momentos nostálgicos, afinal o amanhã sempre trás surpresas e em uma dessas vem os dissabores, daqueles que nos fazem sentir dor em cada molécula, cada centelha de um corpo com habilidades múltiplas, só que nessas horas, são inócuas.
Não se iluda, hoje estamos mais próximos da morte que ontem.
Não coloquemos in xeque todas as boas possibilidades da vida só por não observar que as coisas mais simples são recheadas de grandezas...
Quando estivermos velhos( se lá chegarmos), olharemos para trás com frio e teremos apenas o cobertor do arrependimento para tapar nossas frustrações. Saiba disso agora, aumente suas tentativas e faça seu cobertor aquecer-se ao longo dos anos pois mesmo acertando o máximo que um humano sábio possa acertar, o velho cobertor será seu fiel escudeiro na sua velhice de arrependimentos.

Encurtar ou prolongar? Faça sua história!
TEXTO: Samuel Gonçalves

terça-feira, 13 de novembro de 2012

PRESENTE DE DEUS


                                                      



     Eu estava aqui no meu cantinho e resolvi enviar esta mensagem só pra te agradecer... Dizem que todas as coisas acontecem por acaso.  Eu já penso diferente! Penso que todas as coisas são permitidas por Deus. Não foi a toa que um entrou na telinha do outro e Deus permitiu que isso acontecesse para que pudéssemos compartilhar todos os momentos possíveis de nossas vidas, sejam eles alegres ou tristes... Pense como todos os dias nos alegramos, damos boas gargalhadas, choramos com mensagens emocionantes, lemos textos como se eles tivessem sido escritos para nós naquele momento. Nada é por acaso, Deus sabe porque te colocou em meu caminho, e todos os dias te coloco nas mãos de Deus, para que Ele te fortaleça, te ajude a vencer as dificuldades, te acompanhe no seu dia-a-dia, renovando as esperanças em teu coração. Enfim, peço a Deus que te abençoe e te ilumine para que possas superar com tranquilidade os desafios que aparecerem em tua vida. Isso não foi um desabafo (rs) foi apenas o que senti no meu coração e achei que gostaria de saber... Quero que tenhas a certeza que sou uma pessoa abençoada por te conhecer, tenho aprendido muito com você, muito mesmo.

 És um PRESENTE DE DEUS em minha vida!!!




Texto enviado por uma pessoa que eu admiro muito, muito... fiquei imensamente  feliz ao ler, sei que não sou merecedor, no entanto agradeço de corpo e alma pelas ricas palavras.
Que Jesus te enriqueça com seu Espírito Santo.  Tens meu respeito perpetuamente!!!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FOTOGRAFIAS DE UM COTIDIANO


                                              


                                            

     Estávamos ali parado, naquele sinaleiro, naquele cruzamento.
     No som do carro uma musica até que engraçada, no para-brisas algumas gotas d’aguas decorrentes daquelas não muitas nuvens. Primeira marcha engatada, olhar no retrovisor que quase religiosamente se repete,  vidros fechados, conversas amistosas, assuntos que seriam corriqueiros em outras circunstancias, mas não eram, e o transito parado no sentido que seguíamos,  e no sentido que cruzava passa outros veículos que por mais do que certo eram conduzidos por pessoas que também tinha motivos universalmente distintos para estarem ali, naquele momento, compondo aquele cenário peculiar e cotidiano.
    O sinaleiro abre pra nós, o pé sai proporcionalmente da embreagem, o do acelerador por sua vez é acionado; marcha que sobe, seta que é acionada indicando previamente a direção que convergiremos. Agora estamos numa outra avenida não menos movimentada,  pessoas no ponto de ônibus, pessoas que sobem rua acima, pessoas que descem rua abaixo,  e mais uma marcha é engatada, velocidade que aumenta, e a paisagem muito urbana e muito cotidiana compunha as bordas daquele deslocar quase que poético, como quase poético é esse texto.  Como não diferente paramos noutro sinaleiro, outra vez primeira marcha, outra vez pingos d’agua, mas muito pouco a ponto de não ser necessário o acionar do limpador de para-brisas, ao olhar por entre os prédios vejo o brilho do sol declinando no fim da tarde, bem enfraquecido, devido as nuvens não tão espeças, também não tão densas, pois ali ainda tinha raios de sol, cortando-as e por entre aqueles prédios embelezava mais ainda a percepção dos transeuntes, dos quais fazíamos parte. Logo sinal abre, marcha que sobe, velocidade sendo aumentada gradualmente, conversas ao som do rádio, ar-condicionado numa temperatura amena, a ponto de se  sentir um friozinho quase que incômodo mas era na verdade um fator importante naquele contexto, quase que cotidiano.
         Era já quase fim do dia como é sabido, e pra não fugir à regra, um outro sinaleiro aponta que vai fechar em poucos segundos pois a luzinha amarela foi acesa, e como ela é sinal de desacelerar(embora isso seja culturalmente  ignorado pela condutores de veículos automotor) eu fiz uso do pedal do meio,  olho no velocímetro, ele marca 60km/h, agora 40km/h, 20km/h, e assim vai até ficar inerte, novamente primeira marcha, olhar no retrovisor, pingos d’agua no para-brisas, motocicletas ‘’costurando’’ por entre os retrovisores, musica no rádio, ar, conversa... Nesta hora já tínhamos passado por um  viaduto que eleva-se sobre uma outra importante avenida da nossa cidade, que inclusive este mesmo serviu para o surgimento de um outro assunto, um momento vivido em um  tempo não tão distante, foi arremetido a memória àquela circunstância um tanto cômica. Sinaleiro que abre, embreagem que folga, acelerador em uso, tudo isso parece coisas de um cotidiano, mas não é.
  Logo afrente um silencio impera por alguns instantes, um silencio de boca é claro, pois o rádio está lá todo tagarela, e mesmo os vidros fechados era possível ouvir também  um outro barulho, barulho este vindo dos escapamentos mil, que também se deslocavam por essa avenida tão necessária, e tão testemunhas de histórias como esta e outras mais ainda dignas de texto.  Agora eu falo; “estou escrevendo um texto”, é mesmo? Vem a voz numa quase automática pergunta, sim, respondo eu, sobre o que é o texto?  Sou novamente inquirido, é sobre o cotidiano, ah é!? Vem uma exclamação embrenhada em uma interrogação; sim,  depois você olha lá no Blog então  veras ao certo sobre o que é, Ah ta, agora como uma conformidade prontamente contradita pelo olhar interessado que me esquadrinhava. Lembrando me de um afazer, mencionei o mesmo, e logo fui atendido com um ‘’então vá’’,  novamente a seta, o piscar no painel, o barulhinho típico, um ônibus parado ao lado, um pingo d’agua no para-brisas, um olhar no retrovisor.  Acelero agora com um pouco mais de intensidade pra ganhar distancia em relação ao ônibus que se aparelhava na pista da direita, e assim foi feito, conversão à direta, sol à frente, prédios em volta, praça  sendo parcialmente contornada, outro silêncio, novamente outro sinaleiro, como certo velocidade que diminui, marcha voltando, radio ligado, e assim fomos. Logo retornando na direção da minha casa as conversas se tornaram menos frequentes, o cenário não tão uniforme nos seguia, uma rotatória logo a frente, carro que converge sem o uso da seta, aceleração mais intensa pra conseguir passar antes do carro que emergia na preferencial,  e assim fomos rumo ao meu endereço e cada minuto nos aproximava do silêncio e da minha residencia. O assunto agora abordado foi o “ápice da inutilidade”, prontamente concordado por ambas as partes, outra rotatória,  agora apenas duas quadras nos separam do meu ponto de descer,aceleração intensa, avenida cruzada, seta a direita, mais uma quadra, mais um silencio, a minha quadra, freios acionados, marcha reduzida, seta, carro que para, silencio, porta aberta, uma despedida, poucas palavras, saio do carro, digo a célebre frase, “vai com Deus, juízo”.  Agora muda o condutor do veiculo, já não tem raios de sol, tem chuva um pouco mais intensa, tem silencio, tem pensamentos, e não sei se tem mais alguma coisa.
Tudo isso é rascunho do que seria um cotidiano, mas, é apenas fotografias do mesmo. Pois em outra galaxia muito distante isso se repetiria, pois tratava-se de um cotidiano, mas na realidade não O é. E é tão incerto e improvável que se repita que não vejo ele se repetir.
     Estou eu aqui com minha xícara de porcelana meada em café, já é a segunda que tomo ao escrever esse texto e assim se finda um rascunho de um cotidiano, uma fotografia abstrata.

         


                                            Por: Samuel Gonçalves

  

terça-feira, 25 de setembro de 2012

RECEPÇÃO INDÍGENA



                        
                                     


     

     Tirem esses espelhos da minha frente, tire esses pentes das mãos dos nossos filhos.
     Nós  sabemos que vocês estão escondidos atrás da sombra do meu pau-brasil, sei que em seus bolsos estão escondidos pedras do nosso ouro. Não precisamos desses machados, pois não iremos cortar nenhuma arvore  da nossa terra-mãe, aqui ninguém precisa de seus costumes, não queremos nos contaminar com suas pestes, nós temos uma vida, mais que isso temos uma terra que nos gera vida;  se aceitarmos esses presentes em poucos séculos perderemos nossas matas para a agricultura, perderemos nossos rios para a poluição destruidora de vossos esgotos, se aceitarmos esses presentes em pouco tempo perderemos nossas riquezas naturais, e nada vai faze-las voltar.
     Pra que aceitar essas minharias? Pensam vocês que realmente não estamos vendo atrás desses sorrisos uma sombra de morte? Sim estamos vendo e ja sabemos que nada é sem interesses tudo que vem de vocês, e seus interesses são mortíferos, logo sabemos que extrairão para longe da nossa pátria toda a riqueza que ela  produz. Não queremos suas benfeitorias, de que ela nos serve? Não queremos industrias alimentícias, pois tudo que necessitamos para nosso sustento a nossa terra-mãe nos dar sem destruir nada, não queremos também industria textil em nosso solo, pois andamos despido, não nos envergonhamos disso andamos despido de roupas sim, mas acima de tudo andamos despidos de interesses destruidores que vem junto com suas industrias de poluições. Não queremos a praticidade da vida moderna em detrimento da sustentabilidade de nossas matas, rios, lagos, e ocenaos cheios de vidas.
     Agora convido-vos a entrarem em seus barcos, tomem o caminho de volta, e desejamos uma viagem sem percalços  e que sintam-se bem servido em nos conhecer, conhecer nossas raizes, nossos valores, nossos princípios.  Ao chegar do outro lado deste imenso oceano que vocês também digam aos vossos filhos que aqui temos os nossos e queremos profundamente que essas gerações se perpetuem sobre o solo da nossa terra-mãe, por isso eu vos digo; Tirem da nossa frente esses espelhos, esses pentes, esses machados, esses perfumes, pois diga-se de passagem o perfume que temos exalados pelas nossas florestas, nossos jardins continentais são puros e inalamos vida a partir deles.
       Sou índio, sou gente, sou feliz, sou da terra.
     Este texto foi escrito por um indio morto ainda no ventre de sua mãe, sim, ele queria que tudo fosse diferente, mas por ironia do destino o que sabemos dele  é só esse texto.


                                                                        Por:   Samuel Gonçalves 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

DECADÊNCIA, COLAPSO !



Decadência ou já estamos em colapso?
Estamos vivendo dias um tanto ‘peculiares’.
A sociedade está vivendo um frenesi  que jamais foi registrado na história da humanidade.
Nunca psicólogos tiveram tanto trabalho.  Falamos toda hora no mal do século; a depressão, sim a temida depressão, mas eu fico a observar alguns pontos no ser humano... 
Hoje é comemorado o dia DO AMIGO. E vemos então nas redes sociais várias manifestações sobre o assunto, e é plasticamente bonito de se ver,  a estética até pode ser bonitinha, mas na verdade isso tudo se torna nulo ante a outro grande mal que estamos encalacrados nele e até esse momento ainda não vi ninguém se manifestar sobre, é o mal do “CUSTO BENEFÍCIO”, isso mesmo “CUSTO BENEFÍCIO”. Só tenho comigo aquilo que de alguma forma me acrescenta algo,que me faz  ganhar, ganhar com influências, com participações, enfim... ganho, ganho, ganho, se não ganho ou ao menos empata, eu não quero comigo.
E como eu estou falando de uma maneira ampla em todo contexto que estou inserido; Política (não a partidária), Religião, sociedade, negócios...
Eu me entristeço muito quando percebo alguns preconceitos e resistências que as pessoas carregam em si, num cinismo sem precedentes,  e dizem: _eu não me importo com cor, nem com limites geográficos, nem com credo,  e isso tudo é uma bobagem, isso tudo pra mim não passa de fascismos.  na verdade queria eu poder ser amigo de uma pessoa, uma que seja ( e eu tenho vários amigos, por favor entendam minha colocação) mas que esse amigo fosse disposto a levantar uma vez na vida pela madrugada a fim de me ajudar em algo ( já fizeram isso por mim algumas vezes) que não se importasse com o infeliz relógio, quando as piadas toscas estão sendo ‘’servidas à mesa’’. Eu não sou louco e sei que todos nós temos a nossas obrigações como cidadãos, como súditos de alguém, sim eu sei. Mas eu sei também que todo homem pode contralar seu tempo, mesmo que ele seja espremido.
Quando os valores não são mais considerados? Quando nós pregamos que gostamos não é de cor, mas de caráter, não do preço mas dos valores humanos, mas quando olhamos ao lado e vemos um sujeito simples com uma roupa que não estampa nenhuma GRIFE e no outro lado olhamos e vemos um CKJ, uma Abercrombie, uma Hollister, uma Aeropostale, ou Tommy...  já queremos de alguma forma ter uma aproximação com este segundo, pois pré-julgamos que essa pessoa é de boa índole e que é um homem (ou mulher) da sociedade, pessoa esclarecida, que tem muito a nos oferecer. já o Ricardo que ta com a camisa da “GPS”!,  não nos é atrativo estar perto dele, de cara denota-se que ele não tem bom gosto, e que sequer anda bem vestido. Mas logo nós, que gostamos mesmo é de valores e não de marcas e/ou estampas?!! Irônico não?!! Então estou sendo  honesto quando afirmo que prefiro a sinceridade, ou estou sendo ‘’político’’ a fim de ganhar mais ‘’seguidores’’?, nossos atos são postos à prova em todo instante e se piscarmos, bem vindo ao contraditório. Pois palavras e atos nem sempre andam de mãos dadas, é sempre um querendo enforcar o outro. Mas nós; lembra? Não gostamos do belo, gostamos do verdadeiro, é a nossa regra básica não é?.

Em outra circunstância, agora falando da RELIGIÃO, temos a Hierarquia e isso é legal, instituído por Deus, mas esqueceram de avisar aos nossos nobres GENERAIS que acima de tudo pra fazer parte do REINO DE DEUS, é preciso ser humilde e manso, corremos a corrida das audiências na casa de Deus, e muitos reclamam que o evangelho está sendo visto como apenas mais um movimento humanista, que quer angariar simpatizantes , não para ver o bem do próximo, mas para ter "bens" em seus domínios em seu nome, ou seja, faço a obra de Deus, mas primeiro preciso que na minha somática do custo benefício  eu tenha meus ganhos, meus reconhecimentos; e quem realmente ler a palavra de Deus, sabe que não foi pra isso que fomos chamados, quem foi chamado não é obrigado a dizer sim, mas quem assim o fizer, tem que ter a ciência, que o chamado implica em padecer afrontas, humilhações, injúrias, rejeições, calúnias das mais variadas,perseguições, e por aí seque a lista que não é pequena. Só que no final delas existe uma bem aventurança, e essa bem aventurança é garantida por Deus, e Deus é o único que é justo, fiel e verdadeiro,  sua bem aventurança é muito mais completa do que nossa pequena capacidade de entendimento pode sequer chegar perto do Deus tem preparado aos que vencerem.
Temos hoje nos nossos púlpitos mensagens mais voltadas para a autoajuda do que para a desmistificação do próprio evangelho. Por isso que muitas vezes não temos resultados impactantes em relação ao efeito da palavra de Deus, pois os homens estão colocando nas entrelinhas suas filosofias sem embasamento bíblico, e no Reino de Deus, o que fica é aquilo que está em conformidade com sua palavra que é imutável, que é de eternidade a eternidade (passarão os céus e a terra mas as minhas palavras não hão de passar. MT 24.35)
É assim que é a palavra de Deus. Sem rodeios, sem agrados, sem hipocrisias, a palavra de  Deus É. Não temos que colocar achismo, temos que falar a  e não achar que podemos mudar algo, essa parte fica por conta do ESPÍRITO SANTO, ele é quem convence.

Já nos negócios a coisa é mais implacável, ela é cruel, você simplesmente não pode errar, você não pode ser fraco, você tem como obrigação ganhar, (mais uma vez essa palavra faz toda a diferença no contexto do custo benéfico),  a nossa corrida  é sempre a mesma, eu preciso acumular o Maximo, gastar o mínimo e ser solidário NUNCA, não vou ajudar ninguém sendo que este não vai mencionar tal feito a qualquer pessoa do meu hall de amigos, então logo vejo que não faz sentido eu ajudar,olhando mais uma vez pela ótica do custo benefício, é bom demais eu dar um trocado pro cara do sinaleiro quando tem alguém do banco do carona, já naquele momento que passo sozinho, eu subo o vidro do carro pra fingir não ver o necessitado.
Bom, eu tenho muito ainda pra falar sobre essa faceta que nos atormenta, mas eu estou sem 'muito tempo', e estou sendo cauteloso pra não deixar escorregar aqui palavras de baixo calão e o máximo possível para não tornar algo mais pessoal do que já está.
Quem ler e gostar bem e quem não gostar... exploda-se.
Não posso afirmar que amanhã estarei com esse mesmo afinco de escrever sobre tais assuntos, tenho que primeiro pegar a calculadora do custo benéfico.
Não está bem definido os assuntos abordados, ou ao menos mais claro, devido a ininterrupção em que o texto discorreu, não há aqui um foco específico, o único e absoluto intuito é o simples, externar o que se passa na cabeça do pequeno homem.

Obs: sei que vivemos dias que não podemos errar, mas o texto não foi corrigido, pois se eu o fizer, posso mudar alguma coisa e não quero mudar nada que foi cagado por essa mente quase que bipolar (segundo alguns diagnósticos). gostaria que você que está lendo relevasse essa questão, pois sou humano e me permito errar.

Samuel Gonçalves.